terça-feira, 3 de janeiro de 2012

COMENDADORES

Por inerência, o Presidente da República é o Grão-Mestre de todas as Ordens Honoríficas Portuguesas e nessa qualidade concede os graus e superintende na sua organização, orientação e disciplina, distinguindo publicamente quem haja prestado serviços relevantes ao país.

Nos últimos anos temos assistido a uma proliferação de medalhados, esperando-se que no mínimo os seus detentores correspondam à honraria, servindo de exemplo como cidadãos exemplares e patriotas.

Vem isto a propósito da notícia da venda no passado dia 30 de Dezembro das acções da sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS, detentora de 56,136% da sociedade Jerónimo Martins SGPS (Pingo Doce) à sociedade Francisco Manuel dos Santos B.V. (com sede na Holanda).

Do Conselho de Administração da sociedade vendedora, fazem parte os senhores Elísio Alexandre Soares dos Santos, António Viana-Baptista e Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva, que fazem parte daqueles portugueses a quem o Presidente da República distinguiu com uma condecoração.










Elísio Alexandre Soares dos Santos
Ordem do Infante D.Henrique, Grande Colar, em 10 de Junho de 2000









António Viana-Baptista
Ordem de Mérito Comercial, em 10 de Junho de 2004










Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva
Ordem de Mérito Comercial, em 7 de Novembro de 1991
Ordem do Infante D.Henrique, Grande Colar, em 10 de Junho de 2004
Ordem da Liberdade, Grande Colar, em 25 de Abril de 2011

Estes distintos senhores, numa manobra que sendo legal não deixa de ser imoral, transferiram os interesses que detinham em Portugal para uma sua sociedade na Holanda, onde certamente poderão contornar melhor aquilo que deveriam pagar de impostos no nosso país.

Dir-me-ão que estão no seu direito. Pois estão. E teremos nós o direito de lhes retirarmos as Condecorações?

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