sexta-feira, 22 de julho de 2011

BOLETINZINHO



Já muito se tem falado sobre os elevados gastos que a Câmara Municipal do Seixal tem com o seu Boletim que para pouco mais serve do que para forrar caixotes de lixo ou gaiolas de periquitos. Há até quem o utilize com aquele excelente papel absorvente para que os cãezinhos que ficam em casa possam fazer as suas necessidades, atraídos pelo cheiro da tinta ou pela visão de alguma figura política que nele é comum aparecer.

Nem vale a pena falar sobre os conteúdos que fazem a propaganda descarada de grandes obras, tais como o corte de umas ervinhas num descampado ou a reparação de meio metro quadrado de calçada num qualquer passeio perdido numa freguesia perto de si.

Atafulhem-se as caixas de correio com aquelas folhinhas que anunciam o Festival de Verão das farturas e do coirato, dos planos e mais estudos que para nada servem, das promessas que nunca são cumpridas, ou de mais umas reproduções fotográficas dos adorados eleitos que compareceram a este ou àquele acto solene de uma qualquer Colectividade.

Se até há algum tempo atrás o dinheiro das nossas taxas e impostos dava para tudo, ainda se poderia compreender que a Câmara Municipal do Seixal mantivesse esse luxo de vaidade “Alfrediana”; mas numa altura em que financeiramente o país está como está e as autarquias ainda estão piores, não se pode aceitar o incumprimento de alguns compromissos a que a Câmara está obrigada, gastando os escassos recursos em Boletins de pouca ou nenhuma utilidade.

Acabar com o Boletim Municipal do Seixal não resolve todos os problemas, mas pode ajudar a diminuir o fosso deficitário de uma Câmara que precisa de se endividar para pagar salários ou facturas a fornecedores.