De acordo com o “Correio da Manhã” as viagens da socialista Inês de Medeiros entre Lisboa e Paris vão custar ao Parlamento, ou seja, a todos nós, mais de seis mil euros por mês. Ontem, o conselho de administração da Assembleia da República aprovou o parecer do auditor jurídico, que defende o pagamento das ajudas de custo à deputada, com o voto de qualidade de José Lello (PS), enquanto presidente, face ao empate dos votos a favor dos socialistas e os votos contra de PSD e BE. O CDS-PP absteve-se e o PCP não se fez representar.
A decisão do conselho não é vinculativa, mas, caso Jaime Gama dê o seu aval, Inês de Medeiros terá direito a uma viagem de avião de ida e volta, na classe mais elevada, uma vez por semana entre Paris e Lisboa, que ronda os 1160 euros. Ao fim do mês, são 4640 euros, acrescidos de despesas com as ajudas de custo pagas aos deputados que residem fora da grande Lisboa (69, 19 euros por cada dia de presença em trabalho parlamentar), o que, multiplicado por 22 dias úteis, representa 1522,18 euros. Ou seja, estão em causa 6162, 18 euros, a que se juntam ainda as despesas com a deslocação entre o aeroporto e a residência da deputada.
Inês de Medeiros congratulou--se com a decisão. "A minha satisfação é isto estar resolvido e acabar com esta campanha de enxovalhos e de informação pouco rigorosa."
Calculem: a senhora sentiu-se enxovalhada e acha que a informação não tem sido rigorosa. Não é de admirar! Já o chefe, o que se intitula engenheiro, também tem as mesmas teorias e arranja as mesmas desculpas para as trapalhadas em que está metido.
Estranha é a abstenção do CDS/PP e a ausência do PCP na reunião, permitindo que o senhor Lello pudesse utilizar o seu voto de qualidade em relação a um assunto que beneficia a sua distinta camarada.
Aqui está um bom exemplo de “democracia” trazido pelo 25 de Abril.