José Holbeche já perdeu a conta ao número de assaltos feitos ao seu restaurante, O Beco, no Fogueteiro, Seixal. Segundos depois de o CM ter recebido o testemunho do último roubo, efectuado na madrugada do passado dia 24, e no preciso momento em que abandonava o restaurante, um homem, no supermercado mesmo ao lado, fugia com quatro garrafas de uísque na mão, um crime registado pela objectiva da nossa reportagem.
"A impunidade por aqui reina", lamentavam os comerciantes, pelas 12h20, enquanto viam ontem o ladrão atravessar a estrada a passo, em direcção ao problemático bairro da Jamaica. Perante a indignação da funcionária do supermercado, que ainda o tentou interceptar, o homem limitou-se a responder: "Fui." E desapareceu.
Antes, José Holbeche, 67 anos, serviu quase de porta-voz dos comerciantes da zona, perante o clima de insegurança na zona. "Isto aqui está impossível. Eles fazem o que querem e quando querem", disse, indignado com o último assalto, na passada sexta-feira.
Nesse dia, o produto do roubo foi invulgar. Os ladrões levaram marisco, um emblema do Sporting, guardanapos, gorjetas, gelados Viennetta e até duas prendas simbólicas de Natal que as funcionárias lhe iam entregar. Para trás ficou um ecrã LCD, avaliado em 2000 euros, que deixaram cair quando o tiravam do suporte, ficando danificado.
“in Correio da Manhã”
O Estado cobra impostos, a Câmara cobra taxas, mas nem uma nem outra entidade garante a segurança dos cidadãos que cada vez se sentem mais desprotegidos. Aliás neste caso concreto em que o meliante é “residente” no bairro camarário da “Jamaica”, todos devemos agradecer ao Senhor Presidente Alfredo Monteiro o cuidado que tem tido na resolução destes casos sociais que muito dignificam o Concelho do Seixal.