Será que aqueles que fazem parte dos 2.000.000 de pensionistas com uma reforma de miséria têm possibilidades de comerem um pouco de bacalhau ou uma fatia de bolo-rei sem ser através de alguma alma caridosa ou instituição particular?
Será que aqueles que esperam meses ou anos por uma consulta ou intervenção cirúrgica podem sentir-se felizes nesta quadra?
Será que aqueles que fazem parte dos 700.000 desempregados deste país podem ter um Natal Feliz?
Será que aqueles que estudaram anos e anos para possuírem uma licenciatura a sério – não daquelas que se conseguem aos domingos – podem ter esperanças num novo ano que lhes proporcione um emprego para o qual se prepararam?
Desculpem-me, caros amigos, mas só posso em consciência desejar Boas Festas àqueles que sabemos de antemão que as podem ter.
Por isso e na impossibilidade de chegar a todos, resta-me escolher um digno representante dessa classe de privilegiados deste país, na pessoa do Senhor José Sócrates Pinto de Sousa, esperando que tenha uma farta ceia de Natal e uma passagem para o Novo Ano bem animada e regada com muito champanhe francês.
